Era uma vez, uma senhora muito bonita que vivia numa pequena e humilde casa. O seu nome era Carochinha. O sonho dela era poder casar, ter dinheiro para um belo vestido comprar e pôr-se à janela a cantar para um belo noivo encontrar.
Ela era uma senhora muito prendada que da casa bem cuidava.
Certo dia, enquanto varria a cozinha, Carochinha pôs-se a pensar em como seria feliz se um dia pudesse casar. Eis o seu espanto quando algo muito cintilante lhe bate no pé. Uma moeda raríssima e que valia muito dinheiro!! Pegou logo na sua máscara e no álcool gel e correu apressada para a melhor loja de roupa daquela cidade. Aguardou a sua vez de entrar, pois as regras tinha de respeitar, e comprou o mais belo e luxuoso vestido que lá encontrou.
Já em casa toda arranjada, pôs-se à janela a cantar para um belo marido encontrar:
– Quem quer, quem quer casar com a Carochinha que é muito rica e além disso é formosinha.
– Quero eu quero eu – disse o cão que tinha dificuldade em respirar e sintomas de mal-estar.
– Ai! contigo não vou eu casar! tens sintomas de covid, ainda me vais infetar.
Foi-se embora o cão infeliz e a chorar.
E continuou ela a cantar até que apareceu o boi:
– Eu quero casar contigo – disse o Boi.
– E quem és tu? – Pergunta a Carochinha.
– Eu sou o Boi e faço muuuu!
– Mostra-me lá as tuas “patinhas”! – Exclamou Carochinha.
O Boi mostrou-as e Carochinha espantou-se com o que observou.
– Hááá!!! Que “patinhas são essas” não sabes que com a pandemia as “Patinhas” temos de lavar e tê-las sempre a brilhar? E a máscara onde anda? … pois contigo não vou eu casar. Vai-te lá embora e não te esqueças de que as “patinhas” deves sempre lavar.
O boi foi-se embora sem a cabeça levantar e continuou a Carochinha a cantar. Até que apareceu o gato.
– Como te chamas e o que fazes para sobreviver? – perguntou a Carochinha.
– Eu sou o gato e caço ratos para comer! – exclamou ele.
– Ai, que horror!!! Tu não sabes que os ratos nos estão a ajudar para esta pandemia superar? Pois são eles os nossos médicos e enfermeiros que estão na linha da frente para com o covid acabar. Contigo não vou eu casar.
E lá foi o gato muito triste e amuado.
E Carochinha continua linda e a cantar, até que um galo muito vaidoso aparece.
– Quem és tu?
– Sou um galo muito vaidoso, forte e destemido, por favor, casa comigo …
– Contigo não irei casar! baixa lá a crista e para de te gabar.
O galo foi então embora a cacarejar, sem a máscara colocar.
A Carochinha continuou a cantar até um belo rato a encantar.
– Olá, olá, que bela donzela aqui a cantar! Eu sou o João Ratão, sou um rato do campo e bom rapaz. Se cozinhas bem e a casa sabes limpar, é contigo que quero casar E prometo de ti bem cuidar.
– Pois é mesmo contigo que vou casar. Ainda não apareceu ninguém tão limpo e asseado, todas as regras respeitar para com o covid acabar. Vais ser um bom marido certamente e tens uma voz tão meiga e doce…
Foram logo tratar do casamento, pois nada podia falhar.
No caminho para a capela, Carochinha reparou que não trazia o álcool gel para as mãos poderem desinfetar. João Ratão, que era sempre amável e simpático, prontificou-se para logo o ir buscar, que em tempo de pandemia o álcool gel não pode faltar.
Já em casa e com o álcool gel na mão, eis que algo chama a sua atenção: era um ótimo cheirinho que vinha da cozinha. João Ratão não hesitou… e foi atrás do belo cheirinho que dali vinha. A tentação era tão grande que, mesmo sendo pequeno, tinha de aquele petisco provar. Pegou num banco que estava logo ali ao lado, subiu nele para tentar provar o belo manjar que a sua amada preparara para o banquete da festa. E ZÁS caiu para dentro do caldeirão e ficou tão cozido como o feijão.
Carochinha, que não estava nada a gostar do atraso do seu noivo, apressou-se em ver o que se passava e quando entrou em casa ficou desolada, pois ela já desconfiava do que ali se passava. Ao ver o seu João Ratão no caldeirão, Carochinha chorou dias e dias pois perdera o seu amado com quem queria casar.
E assim termina a história da Carochinha que perdeu o seu noivo, que por ser lampeiro e gulosão acabou cozido no Caldeirão.
Adaptação do conto “História da Carochinha” feita por Martim Ramos – 6.º E
Sem comentários:
Enviar um comentário