domingo, 2 de junho de 2024

ENTREVISTA À VENCEDORA DO PRÉMIO EXPRESSÃO FAIA BRAVA Ana Sofia Ramos recebe Prémio amanhã

        Ana Sofia Ramos ganhou o Prémio EXPRESSÃO Faia Brava 2023/24 e recebe amanhã, 3 de junho, o Prémio. É às 14h30 na ESAAG. Aqui ficam as suas declarações ao Blogue das Bibliotecas.

         Como foi ganhar este Prémio?

   Participei neste concurso de uma forma totalmente descontraída e, muito honestamente, sem pensar na possibilidade de ganhar.

    Não estava de todo à espera de ser contemplada com o primeiro lugar, mas obviamente que fui inundada por uma felicidade imensa. Tenho a certeza que quem leu o texto se apercebeu que este foi também uma homenagem à minha família, especialmente às minhas avós. Assim, de um ponto de vista mais pessoal e familiar, foi claramente motivo de orgulho para todos.

     Que mensagem quiseste transmitir com o teu texto vencedor?

     Creio que se pode dizer que o meu texto é uma carta de amor.

     Quem me conhece sabe que o respeito, a amizade, o saber ouvir e o abraço certo no momento exato são pontos-chave na minha vida. Procuro ser assim com todos os que me rodeiam, mas a verdade é que me vou apercebendo que, ainda assim, não é suficiente: podemos dar sempre mais…

      Neste texto falo, de uma forma bastante personificada, mas genuína, da saudade que tenho dos que partiram e do amor que cresce continuamente por eles.

    A ideia que tentei transmitir remete para a cada vez mais notória falta de tempo para os mais velhos, bem como o afastamento deles. Sinto que com o passar do tempo a palavra “saudade” transporta-nos para aquilo que podíamos ter feito, mas que por algum motivo nos escapou por entre os dedos e foi esse o cerne do meu texto.

     Que hábitos tens de escrita? 

    Para ser sincera, não tenho o hábito de escrever, mas a verdade é que sempre que posso, procuro participar neste tipo de iniciativas que envolvam a escrita ou a leitura.

    Para além disso, dedico-me apenas às composições de português, que por si só, já nos dão a volta à cabeça… e, de vez em quando, surpreendo os que me são mais próximos com uma mensagem lamechas que nunca os poupa a uma boa quantidade de lágrimas.

      Tens hábitos de leitura? 

     Confesso que recentemente não tenho conseguido ler tanto quanto gostaria. Estamos na reta final deste ano letivo e o estudo tem ocupado grande parte do meu tempo. Não obstante, um livro que me marcou recentemente foi, sem dúvida alguma, “A Criada”, de Freida McFadden.

     Este livro cumpre perfeitamente a função de nos agarrar, de nos chocar, de nos surpreender, de nos sufocar e de nos deixar com os nervos em franja. Mesmo achando que, a certo ponto, estava a começar a perceber o desfecho da história, não consegui deixar de ser surpreendida com os inesperados e “maléficos” requintes de malvadez.

      O que andas a ler nesta altura?

     Neste momento estou a ler “Rapariga em pedaços” da autora Kathleen Glasgow, que conta a história de uma adolescente que se automutila porque a vida a tornou desenquadrada de tudo e a levou a não pertencer a lado nenhum. Narrada na primeira pessoa, dá nos uma visão bastante profunda sobre o que há para além de nós quando nós próprios não nos sentimos capazes de ser o que queremos e, sobretudo, de ser feliz.

     A obra carrega alguma estranheza, melancolia e uma carga negativa inevitavelmente forte e, talvez por isso, ainda não consigo dizer se estou a gostar muito ou pouco, mas a verdade é que não me tem deixado indiferente o que, só por si, parece ser um bom indicador…

      Agora segue-se “A breve vida das flores”, de Valérie Perrin.

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