“Força, força, companheiro Vasco” foi uma das músicas mais em voga no verão de 1975, aquando do chamado PREC (Período Revolucionário em Curso). Esta música, do duo de Carlos Alberto Moniz e Maria do Amparo, teve no entanto uma curiosidade. Ela apareceu apenas como Lado B de uma outra música que era uma palavra de ordem do PCP (“Daqui o povo não arranca pé!”) a propósito da tentativa de golpe de 11 de março de 1975. Não havia lado B para esta música e Carlos Alberto Moniz e Alfredo Vieira de Sousa fizeram nascer uma música de apoio ao primeiro-ministro Vasco Gonçalves, militar afeto ao PCP, que até setembro desse ano foi defendendo a reforma agrária, a ocupação de terras, as nacionalizações, medidas da extrema-esquerda que os restantes partidos não aprovavam. E o lado B venceu o lado A.
Vasco Gonçalves viu o seu governo cair em setembro, sinal de que as
coisas estavam a mudar na direção de uma democracia mais próxima dos países
ocidentais, que se consumaria no golpe (ou contragolpe) de 25 de novembro de
1975.
Vejam a letra:
Força, força companheiro Vasco
Nós seremos a muralha de aço
Força, força companheiro Vasco
Nós seremos a muralha de aço
Há quem queira fazer marcha atrás
Há quem queira meter o travão
Mas o povo acelera e faz
Do dia a dia
O caminho da revolução
Mas o povo acelera e faz
Do dia a dia
O caminho da revolução
Força, força companheiro Vasco
Nós seremos a muralha de aço
Força, força companheiro Vasco
Nós seremos a muralha de aço
Há quem queira mandar para os quartéis
Os soldados, nosso povo armado
Mas a casa dos amigos certos
É na rua
Na rua e do nosso lado
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