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| Mariano Gago foi durante muitos anos Ministro da Ciência |
O Dia Nacional da Cultura
Científica foi criado em 1996 por Mariano Gago em homenagem a Rómulo de
Carvalho, distinto professor e investigador, a outra face de António Gedeão,
poeta.
Este sábado, dia 24, às 12h30, um
grupo de alunos da Escola Básica do Alto do Moinho, da Esc. Sec. D. Dinis e da
Sec. da Cidadaela, para além de alunos da Univ. Sénior da Póvoa da Santa Iria,
irão plantar um plátano no novo Largo José Mariano Gago em frente ao Centro
Ciência Viva – Pavilhão do Conhecimento – Lisboa. Na altura, o neto do
professor e escritor, Tiago Carvalho Rosa, lerá o poema de António Gedeão
“Poema das Folhas Secas de Plátano”. Aqui fica:
As folhas dos plátanos
desprendem-se e lançam-se na aventura do espaço,
e os olhos de uma pobre criatura
comovidos as seguem.
São belas as folhas dos plátanos
e os olhos de uma pobre criatura
comovidos as seguem.
São belas as folhas dos plátanos
quando caem,
nas tardes de Novembro
contra o fundo de um céu desgrenhado e sangrento.
Ondulam como os braços da preguiça
no indolente bocejo.
Sobem e descem, baloiçam-se e repousam,
traçam erres e esses, ciclóides e volutas,
no espaço escrevem com o pecíolo breve,
numa caligrafia requintada, o nome que se pensa,
e seguem e regressam,
dedilhando em compassos sonolentos
a música outonal do entardecer.
São belas as folhas dos plátanos espalhadas no chão.
Eram lisas e verdes no apogeu
da sua juventude em clorofila,
mas agora, no outono de si mesmas,
o velho citoplasma, queimado e exausto pela luz do Sol,
deixou-se trespassar por afiados ácidos.
A verde clorofila, perdido o seu magnésio,
vestiu-se de burel,
de um tom que não é cor,
nem se sabe dizer que nome tenha,
a não ser o seu próprio,
folha seca de plátano.
A secura do Sol causticou-a de rugas,
contra o fundo de um céu desgrenhado e sangrento.
Ondulam como os braços da preguiça
no indolente bocejo.
Sobem e descem, baloiçam-se e repousam,
traçam erres e esses, ciclóides e volutas,
no espaço escrevem com o pecíolo breve,
numa caligrafia requintada, o nome que se pensa,
e seguem e regressam,
dedilhando em compassos sonolentos
a música outonal do entardecer.
São belas as folhas dos plátanos espalhadas no chão.
Eram lisas e verdes no apogeu
da sua juventude em clorofila,
mas agora, no outono de si mesmas,
o velho citoplasma, queimado e exausto pela luz do Sol,
deixou-se trespassar por afiados ácidos.
A verde clorofila, perdido o seu magnésio,
vestiu-se de burel,
de um tom que não é cor,
nem se sabe dizer que nome tenha,
a não ser o seu próprio,
folha seca de plátano.
A secura do Sol causticou-a de rugas,
um castanho
mais denso acentuou-lhe os nervos,
e esta real e pobre criatura
vendo o solo coberto de folhas outonais
medita no malogro das coisas que a rodeiam:
dá-lhes o tom a ausência de magnésio;
os olhos, a beleza.
Mais informação em Ciência Viva.
e esta real e pobre criatura
vendo o solo coberto de folhas outonais
medita no malogro das coisas que a rodeiam:
dá-lhes o tom a ausência de magnésio;
os olhos, a beleza.
Mais informação em Ciência Viva.
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