O poder desconhecido
Vivia em Lisboa há uns
bons anos, uma rapariga que o povo via sempre sozinha a cozer mantas de uma
forma um pouco estranha. Sabiam apenas que ela tinha origem estrangeira, do sul
da Europa.
Tinha uma beleza
peculiar, parecia concentrar em si todas as características dos povos que
passaram pela península Ibérica. Um cabelo negro reluzente, uma pele fina e
branca tão brilhante que com os raios de sol a incidir parecia ter a cor de uma
pepita de ouro. Os olhos eram claros e expressavam uma doçura cativante,
ninguém ficava indiferente ao seu passar sereno.
Era batizada e,
naturalmente era cristã, vivia sempre em paz com os outros. Era uma rapariga
que adorava conviver com toda a gente, nas feiras de Lisboa montava uma
barraquinha de presépios para vender e assim conseguir o necessário para o seu
sustento.
Umas pessoas diziam que
era rica, outros diziam que era pobre, mas nenhuma das opiniões estava
concretamente correta. O que parece ser verdade é que lhe bastava muito pouco
para ser verdadeiramente feliz.
Algumas pessoas da
cidade andavam de olho nela, sempre na esperança de conseguirem descobrir mais
alguma coisa sobre a sua vida.
Uma das poucas coisas
que sabiam, é que ela tinha um poder estranho, do qual nunca ninguém tinha
ouvido falar. Bastava o estalar de dedos e pensar num lugar, que a rapariga ia
logo lá parar!
Em qualquer parte da
cidade de Lisboa onde a rapariga aparecesse, logo ali nascia um novo bairro, e dizia-se
que por onde ela passava espalhava fortuna e amor para quem ali permanecesse.
(Esta lenda foi baseada
na: “A Fonte de Marrocos” )
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