sexta-feira, 21 de julho de 2017

Textos redigidos a partir da técnica Cut-up


A feira da esperança

Com 12 fogos e 58 habitantes, a cidade foi pelos ares. Mas Irina voltou ao lugar acolhedor que, sem nada pedir em troca, deu-lhe toda a dignidade. Tirando os tetos caídos e a triste cor preta que envolvia aquelas outrora bonitas casas, o seu bairro parecia igual.
A curiosidade de Irina levou-a até ao interior da casa, agora esburacada. Ela conhece cada centímetro daquele chão. O lugar onde praticamente todas as memórias tinham sido contruídas, desmoronara-se naquele terrível acontecimento. Uma lágrima desbotou dos seus tristes e brilhantes olhos. Irina, de 26 anos, perdera os pais e familiares num dos 12 fogos, por isso, a jovem rapariga sentia-se agora perdida, quando tudo o que lhe restava da família tinha ido pelos ares. 
A rapariga decidiu fazer uma reconstrução da casa, mas vendo que aquele trabalho ia a meio gás e que não teria dinheiro para o acabar, decidiu passar a um outro plano. “Se o plano A não funcionou, não faz mal, há mais 25 letras no alfabeto” - animava-se a jovem.
Aquela cidade perdida, de Portugal, agora transformada em aldeia, era habitada por pessoas sempre dispostas a ouvir. Sabendo isto, a jovem convocou a população e decidiu fazer um discurso:
- Boa tarde, começo por dar os meus sentidos pêsames às famílias das vítimas desta tragédia que a todos afetou. Suponho que, em todas as famílias afetadas, a crise está a fazer-se sentir. Por isso, venho propor a realização de uma feira aqui, na nossa terra. -  uma verdadeira multidão vibrou. – Com uma quermesse, para atrair pessoas de todos os pontos do país, para comprarem os produtos que sobraram das hortas, das mercearias, das lojas, do gado, etc., dos nossos aldeões. As pessoas também ajudarão com donativos e, no final, todo o dinheiro ganho será distribuído irmãmente pelos participantes.
A feira realizou-se tão bem ao melhor do que era previsto. Irina a vender na feira, pela primeira vez, mostrava-se confiante, tal como as pessoas com uma idade que não é para todos, comerciantes já experientes, toda a gente que vendia na feira em torno deste acontecimento. Cintos, guarda-chuvas, baldes de plástico, vassouras, brinquedos, batatas, cebolas, tomates, abóboras, tudo era aceite e vendido.
Irina agradeceu a colaboração a todos os que participaram e apoiaram aquele evento. Árduo trabalho esteve por detrás de todos aqueles dias a vender, mas o resultado final compensou e bastante! Os sorrisos que emanaram das caras de toda a população, daquela aldeia, ao ver que podiam refazer as suas vidas, foi algo que toda a gente merecia ver.
Maria Almeida 6ª B

Mercado do Bolhão

No Mercado do Bolhão a escolha é vasta. Existem vários animais à venda. Os porcos, os perus, as ovelhas, as galinhas e as vacas são os que registam maior número de vendas. Também existe um barbeiro que se acha o maior, só porque nunca cortou ninguém em 20 anos de trabalho.
Claro que existe um espaço para a leitura. Nesse espaço, os irmãos Emília e o João não passam um dia sem requisitar um livro! Houve uma altura em que o mercado teve de encomendar mais, pois, os dois irmãos, já os tinham lido todos!
Por fim, a venda de fruta, legumes, peixe e bugigangas ocupa o resto do espaço do mercado. É tudo fresquinho e da região, o que faz os habitantes e até mesmo os turistas gostar dos produtos.
Todos gostam de ir ao mercado Bolhão.
Catarina Rabaça- 6º B
Uma idade que não é para todos

Ao relento sob a lua cheia, numa sexta-feira, quem em criança tenha atravessado por cima da mesa de comer, quem no dia do seu batizado os padrinhos se tenham enganado e trocado as palavras do Credo ou quando uma pessoa se rebola na areia onde se espojou um burro; nestas circunstâncias, dizem os crentes, pode ocorrer o fado a qualquer pessoa, transformando-se em cavalo-lobisomem, tendo de correr de noite sete caminhos, passar por sete lugares a trotar, sempre a trotar, e beber em sete fontes para poder voltar a si.
Filipa Pires - 6ºB
O assassínio do presidente

Milhares de pessoas passaram pela feira de Lisboa, mas o negócio esteve fraco. Com a organização de uma festa com estas características, divulga-se o produto mais impactante no mundo e ao mesmo tempo alavanca-se a economia local e promove-se o turismo concelhio.
Satisfeito, o presidente seguiu para um luxuoso hotel de 5 estrelas, com a namorada. Ela entrou pela porta do quarto de mãos atrás das costas. Encostou a metralhadora à parede, com todo o cuidado. Esfregou o nariz, olhou em volta, sorriu e atirou o presidente pela janela daquele quinto andar. Estava farta de estar sempre em segundo plano.
Este dia 13, tantas vezes associado a uma certa traição, foi histórico e, com certeza, ficou na memória de todos.
Júlia Santos - 6º B




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