domingo, 23 de julho de 2017

Metamorfoses 3

Hoje vou à rua, que bom! Vou bem acompanhado pelo pescoço do Ricardo, mas não lhe fico lá muito bem, devia ser uma rapariga, mas pronto.
Fui para a escola com ele e aproveitei para aprender com a professora. Depois de acabarem as aulas, ele foi para a explicação, mas ia a sonhar acordado no meio da rua, vejam lá que tolice! Eu sei que sonhou comigo e em ser um colar.
No dia seguinte, enquanto ele se vestia, sussurrei-lhe bem baixinho que estava muito bonito e até lhe perguntei se ia impressionar alguém, ao que ele me respondeu que sim, mas que hoje não ia levar-me.
No dia seguinte, o Ricardo não foi à escola porque era sábado.
Maria Carolina Galha- 6º C


Todos os dias acordo igual, mas hoje senti-me fora de mim. Todos os dias acordo a pensar que novos segredos hei de guardar, a querer saber, e que novos segredos hão de contar-me.
Viajo para cá, viajo para lá, e para além de guardar segredos, também posso ver o mundo, se bem que nos últimos dias apenas tenho visto uma cama, um armário…
Mas houve um dia em que me aventurei a sério, e gostava muito de partilhar a aventura, visto que é comigo que costumam partilhar aventuras e segredos… Mas vamos lá começar:
Naquela manhã, saí à rua com ela (a minha dona) e passeámos juntos. Nesse dia, ainda não tinha guardado nenhum segredo, mas fiquei contente por sair um bocadinho. Não sei bem como, nem mesmo quando, mas dei por mim sozinho num banco de jardim. De repente, comecei a chorar, mesmo não conseguindo chorar; as minhas páginas cheias de letras, palavras e desenhos estavam agora encharcadas.
Percebi que era este o fim, que nunca mais ia saber os segredos e as aventuras dela. Com certeza, ela estava farta de mim, já nada tinha para contar-me.
Pensei: que triste fim para mim, ser abandonado…
Mas, passado algum tempo, não sei bem qual foi o meu sentimento, ou a minha reação, ao vê-la correr na minha direção.
Ela corria, corria… e quando chegou ao pé de mim desatou a chorar. Quando parou, agarrou-se a mim e foi-se embora. Estava muito contente por saber que ainda seria útil, que as minhas folhas ainda eram necessárias, que continuaria a partilhar aventuras.
Depois daquele dia, eu e ela nunca mais nos separámos, e todos os dias sabia um novo segredo, uma nova aventura.
Ficámos juntos para sempre e por isso conhecidos como “Rita e o seu Diário, uma amizade eterna”

Leonor Maciel - 6º C

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