Uma aventura literária
Era
uma vez um menino. Um menino sonhador e imaginativo com um dom para a escrita.
Mas tudo se deveu aos livros que leu ao longo dos anos, os mais importantes
foram os da Porto Editora, que lhe deram asas e ele utilizou-as para alcançar a
Imaginação.
Cheguei a casa e a minha mãe já lá estava com sorriso
rasgado na cara e com um embrulho azul, com um grande laço pomposo doirado, que
quando abanado parecia imitar a brisa a bater levemente nas folhas. A minha mãe
encheu o peito de ar, fez um ar contente, e disse com uma voz orgulhosa:
– Parabéns filho! Completaste uma de muitas etapas que
vais atingir ao longo da tua vida e, eu e o teu pai estaremos sempre lá para
ver. Escolhi uma prenda da Porto Editora, uma editora que acho que será a ideal
para te fazer sonhar.
Eu
sorri tanto, que me pareceu que as minhas covinhas da cara iriam ficar muito
maiores.
Agradeci-lhe
com um grande abraço e corri para o meu quarto onde desfiz o embrulho azul em
mil bocadinhos com um frrrr rápido e sonoro, guardei o laço dourado e descobri
um livro por entre os papéis monocromáticos. Um livro de capa branca e suave
que me transmitia conforto e tinha desenhado um esboço de um príncipe de cabelo
cor de ouro no seu pequeno asteróide, o título, em caixa alta, de um azul
sonhador…
– O
Prin-…ci-pesi-nho… O Principezinho! – Disse eu aos soluços.
E o
que sucedeu foi rápido e marcante… Eu abri levemente a capa suave, e mal olhei
de relance para a imagem de uma fera a engolir um elefante, tudo ficou em tons
de azul, branco, preto e durante os cinco segundos mais rápidos da minha vida,
assisti confuso a este esquisito fenómeno.
E
surgi, de repente, no meio do deserto do Sara e, ao pé de mim, estava um avião
a fumegar do motor e um aviador a falar com um rapazinho de cabelos idênticos
aos do esboço da capa que vira. Para além do seu característico cabelo, tinha
também uma cara sonhadora e um cachecol, longo e verde a esvoaçar na brisa. A
sua roupa era também de um tom verde-claro, a mesma tonalidade do cachecol.
Falava com o homem de macacão cheio de óleo com um bloco de notas e um lápis na
mão. Ia regularmente mostrando o bloco ao menino e ele acenava de forma
negativa até que houve uma vez que concordou com o que o homem lhe mostrava.
Consegui ver uma caixa. Pensei logo que lá estaria uma ovelha com uma erva para
comer.
Foi
aí, que na minha cabeça uma lâmpada, pirilampejou trémula e se acendeu
firmemente. Percebi que estava a visualizar a história com os meus próprios
olhos… Era incrível!
Vivenciei
os melhores momentos da minha vida: vi o rapaz apaixonar-se por uma raposa e,
por fim, ouvi uma frase que ficou no meu coração:
“O essencial à vida é invisível.
Apenas se vê com os olhos do coração.”
E
nesse momento, voltei a ver as faíscas azuis e, de um momento para o outro,
estava novamente em casa, com um bloco de notas com uma caixa desenhada
enquanto eu dormia profundamente com um ar sonhador e sorridente.
E se
algum dia eu escrever um livro, irá ser graças à Porto Editora e será escrito
com os olhos do coração.
Diogo Fernandes, nº4, 5º A
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