quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

ANDANÇAS COM LIVROS- 2º texto Porto Editora


Uma aventura literária


Era uma vez um menino. Um menino sonhador e imaginativo com um dom para a escrita. Mas tudo se deveu aos livros que leu ao longo dos anos, os mais importantes foram os da Porto Editora, que lhe deram asas e ele utilizou-as para alcançar a Imaginação.

            A partir de agora já não posso falar mais na terceira pessoa, pois esse rapazinho sou eu. Ou melhor, rapazinho em tempos, mas agora bem mais velho. Lembro-me como se fosse ontem… o dia em que aprendi a ler.

            Cheguei a casa e a minha mãe já lá estava com sorriso rasgado na cara e com um embrulho azul, com um grande laço pomposo doirado, que quando abanado parecia imitar a brisa a bater levemente nas folhas. A minha mãe encheu o peito de ar, fez um ar contente, e disse com uma voz orgulhosa:

            – Parabéns filho! Completaste uma de muitas etapas que vais atingir ao longo da tua vida e, eu e o teu pai estaremos sempre lá para ver. Escolhi uma prenda da Porto Editora, uma editora que acho que será a ideal para te fazer sonhar.

Eu sorri tanto, que me pareceu que as minhas covinhas da cara iriam ficar muito maiores.

Agradeci-lhe com um grande abraço e corri para o meu quarto onde desfiz o embrulho azul em mil bocadinhos com um frrrr rápido e sonoro, guardei o laço dourado e descobri um livro por entre os papéis monocromáticos. Um livro de capa branca e suave que me transmitia conforto e tinha desenhado um esboço de um príncipe de cabelo cor de ouro no seu pequeno asteróide, o título, em caixa alta, de um azul sonhador…

– O Prin-…ci-pesi-nho… O Principezinho! – Disse eu aos soluços.

E o que sucedeu foi rápido e marcante… Eu abri levemente a capa suave, e mal olhei de relance para a imagem de uma fera a engolir um elefante, tudo ficou em tons de azul, branco, preto e durante os cinco segundos mais rápidos da minha vida, assisti confuso a este esquisito fenómeno.

E surgi, de repente, no meio do deserto do Sara e, ao pé de mim, estava um avião a fumegar do motor e um aviador a falar com um rapazinho de cabelos idênticos aos do esboço da capa que vira. Para além do seu característico cabelo, tinha também uma cara sonhadora e um cachecol, longo e verde a esvoaçar na brisa. A sua roupa era também de um tom verde-claro, a mesma tonalidade do cachecol. Falava com o homem de macacão cheio de óleo com um bloco de notas e um lápis na mão. Ia regularmente mostrando o bloco ao menino e ele acenava de forma negativa até que houve uma vez que concordou com o que o homem lhe mostrava. Consegui ver uma caixa. Pensei logo que lá estaria uma ovelha com uma erva para comer.

Foi aí, que na minha cabeça uma lâmpada, pirilampejou trémula e se acendeu firmemente. Percebi que estava a visualizar a história com os meus próprios olhos… Era incrível!

Vivenciei os melhores momentos da minha vida: vi o rapaz apaixonar-se por uma raposa e, por fim, ouvi uma frase que ficou no meu coração:

            “O essencial à vida é invisível. Apenas se vê com os olhos do coração.”

E nesse momento, voltei a ver as faíscas azuis e, de um momento para o outro, estava novamente em casa, com um bloco de notas com uma caixa desenhada enquanto eu dormia profundamente com um ar sonhador e sorridente.

E se algum dia eu escrever um livro, irá ser graças à Porto Editora e será escrito com os olhos do coração.

Diogo Fernandes, nº4, 5º A
 
 

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