segunda-feira, 29 de abril de 2024

PRÉMIO EXPRESSÃO FAIA BRAVA 2023/24 Eis o texto do 2º lugar, de Sara Alves

 

Sara Lourenço Alves, do 11º F, escreveu o texto que ficou em segundo lugar no Prémio EXPRESSÃO Faia Brava 2023/24. Aqui fica. Parabéns, Sara.

TAREFA:

A vida contemporânea, que nos pede para olharmos para nós próprios acima de tudo, leva-nos a esquecermos a atenção devida aos nossos pais e avós, que são parte da mobília, dizemos nós. Muitas vezes a nossa vida está quase vazia de afetos, gestos e tempo para os nossos mais próximos, falhando assim como filhos e como netos. Num texto de opinião / crónica de 300 a 400 palavras, exprime a tua posição sobre a atenção a prestar aos que nos deram e continuam a dar a vida e os cuidados.

Somos todos feitos de amor. Cada ser humano é fruto de gerações intermináveis de carinho, afeto e paixão; é o que sobrou do amor de todos os seus antepassados. Nem sempre este amor é valorizado, sendo até esquecido no inalcançável caos que é o pensamento humano atual. Nunca poderemos retribuir todo o amor de quem no-lo ensinou, mas devemos ao menos considera-lo com compaixão, em cada ato do quotidiano.

O paradigma da sociedade do nosso tempo está, constantemente, em alteração. Há, portanto, mudanças que, embora não se tenham verificado de forma drástica, alteraram o todo de como se vive atualmente. É comum afirmar-se que o trabalho é a nossa ferramenta para uma vida confortável (devido ao salário que representa), porém, de forma gradual, a vida é que se tem subjugado ao emprego, fazendo as pessoas, em geral, respirarem trabalho em vez de ar puro. Isto aplica-se, inclusive, àquilo que deveria ser essencial à vida e está a ser desperdiçado; qual água vertida sobre flores já mortas; a família. A desconexão dos membros da família (principalmente mais idosos) tem sido inconcebível e insustentável, realçando o egoísmo das gerações mais jovens em relação àqueles que deveriam ser cruciais para a sua sobrevivência.

A negligenciação dos membros mais idosos por parte dos seus filhos ou netos é um dos, senão o principal, indicador do vazio em que vivem os jovens atualmente, sem conhecerem a tranquilidade e a felicidade que provém de manter a ligação com aqueles que nos amam. Para atingir este nível de conforto é, também, necessário que eles próprios se sintam amados. Demonstrar aos nossos entes queridos o nosso amor exige pouco mais que uma componente: tempo. É o tempo o fio que entrelaça os laços que criamos com quem amamos. O tempo demonstra atenção e carinho e previne a solidão de assolar aqueles que, em muitos – demasiados – casos, a sentem de quem mais amam. É importante, então, que os mais jovens desconsiderem as suas vidas agitadas e que reservem algumas horas do dia para uma conversa fraternal com quem lhes quer tanto bem, demonstrando que o alvoroço nada é quando comparado com o abraço mais quente de todo: o de um pai ou de uma mãe e o de um avô / avó.

Tendo em vista tudo o acima referido, é importante que se preservem os laços de amor pelos restantes membros da família, descurando o trabalho e valorizando o afeto.

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