Sara Lourenço Alves, do 11º F, escreveu o texto
que ficou em segundo lugar no Prémio EXPRESSÃO Faia Brava 2023/24. Aqui fica. Parabéns, Sara.
TAREFA:
A vida contemporânea, que nos pede para olharmos
para nós próprios acima de tudo, leva-nos a esquecermos a atenção devida aos
nossos pais e avós, que são parte da mobília, dizemos nós. Muitas vezes a nossa
vida está quase vazia de afetos, gestos e tempo para os nossos mais próximos,
falhando assim como filhos e como netos. Num texto de opinião / crónica de 300
a 400 palavras, exprime a tua posição sobre a atenção a prestar aos que nos
deram e continuam a dar a vida e os cuidados.
Somos todos feitos de amor. Cada ser humano é fruto
de gerações intermináveis de carinho, afeto e paixão; é o que sobrou do amor de
todos os seus antepassados. Nem sempre este amor é valorizado, sendo até
esquecido no inalcançável caos que é o pensamento humano atual. Nunca poderemos
retribuir todo o amor de quem no-lo ensinou, mas devemos ao menos considera-lo
com compaixão, em cada ato do quotidiano.
O paradigma da sociedade do nosso tempo está,
constantemente, em alteração. Há, portanto, mudanças que, embora não se tenham
verificado de forma drástica, alteraram o todo de como se vive atualmente. É
comum afirmar-se que o trabalho é a nossa ferramenta para uma vida confortável
(devido ao salário que representa), porém, de forma gradual, a vida é que se
tem subjugado ao emprego, fazendo as pessoas, em geral, respirarem trabalho em
vez de ar puro. Isto aplica-se, inclusive, àquilo que deveria ser essencial à
vida e está a ser desperdiçado; qual água vertida sobre flores já mortas; a
família. A desconexão dos membros da família (principalmente mais idosos) tem
sido inconcebível e insustentável, realçando o egoísmo das gerações mais jovens
em relação àqueles que deveriam ser cruciais para a sua sobrevivência.
A negligenciação dos membros mais idosos por parte
dos seus filhos ou netos é um dos, senão o principal, indicador do vazio em que
vivem os jovens atualmente, sem conhecerem a tranquilidade e a felicidade que
provém de manter a ligação com aqueles que nos amam. Para atingir este nível de
conforto é, também, necessário que eles próprios se sintam amados. Demonstrar
aos nossos entes queridos o nosso amor exige pouco mais que uma componente:
tempo. É o tempo o fio que entrelaça os laços que criamos com quem amamos. O
tempo demonstra atenção e carinho e previne a solidão de assolar aqueles que,
em muitos – demasiados – casos, a sentem de quem mais amam. É importante,
então, que os mais jovens desconsiderem as suas vidas agitadas e que reservem
algumas horas do dia para uma conversa fraternal com quem lhes quer tanto bem,
demonstrando que o alvoroço nada é quando comparado com o abraço mais quente de
todo: o de um pai ou de uma mãe e o de um avô / avó.
Tendo em vista tudo o acima referido, é importante
que se preservem os laços de amor pelos restantes membros da família,
descurando o trabalho e valorizando o afeto.
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