O Blogue LER É SABER e as Bibliotecas Escolares do AEAAG publicam de agora até Abril de 2024 uma série de
artigos dedicados à Censura em vigor no regime do Estado Novo e a
que o 25 de Abril veio pôr fim.
José Pedro Castanheira, no livro “O que a censura cortou” dedicado à atividade da Censura no período de 1973 e 1974, mostra-nos muitos casos de intervenção da Censura (Exame Prévio em 1974) no jornal EXPRESSO, criado em 1973, originando grandes dificuldades nas edições, que assim atrasavam os prazos de execução muito cronometrados. Diz Francisco Pinto Balsemão, dono do EXPRESSO, no Prefácio desta obra: “Os cortes podiam ser totais ou parciais. Quando eram parciais havia que ponderar se a peça jornalística ainda merecia ser publicada, o que não era fácil, porque, em muitos casos, a eliminação de duas ou três linhas ou de uma só palavra, invertia ou distorcia o sentido do que se pretendia divulgar.”.
Quando se tratava de cortes totais do texto, como os espaços em
branco eram proibidos, era necessário encontrar soluções com textos já
aprovados a vir de outras páginas. Esta tarefa era na altura ainda muito
difícil já que as novas tecnologias de informação ainda estavam para vir. Em
último caso punham-se os anúncios “EXPRESSO – Um jornal para saber ler” e “EXPRESSO
– o semanário dos que sabem ver”. Quando estes anúncios apareciam, os leitores
já sabiam que a censura tinha intervindo.
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