quarta-feira, 25 de abril de 2018

Lendas reescritas 3


O Oceano Potter

Viveu em Lisboa, nos recuados tempos da sua fundação, um homem que o povo via, por vezes, a trabalhar, trajando de uma forma um pouco comum e de um corte extraordinário. Sabiam que ele era de origem estrangeira, do sul de Potterlândia, mais propriamente da terra da magia, porventura até da cidade de Howgorts.

Era batizado mas, não era cristão, alguns cidadãos dizem ter ouvido um rumor sobre ele ser Grifindor ou algo do género mesmo sendo diferente todos se davam bem com ele e ele com todos.

Uns diziam que era rico, outros remediado e ainda outros que vivia pobremente, mas nenhuma das opiniões era baseada em certezas, pois não sabiam nada dele. Potter «o Grifindor» desaparecia para entrar no seu mundo, o oceano Potter.

Alguns dos cristãos seguiram-no, na esperança de descobrirem alguma coisa mais acerca da forma como ele vivia ou sobrevivia.

No entanto, chegados ao oceano, ele desparecia em nuvens de fumo nevoeiro, como se um estranho encantamento o levasse para algures sem deixar suspeitas sobre o lugar para onde ia.

«Parece que o levou o Diabo», diziam.

Jamais foi descoberto o sítio por onde entrava, mas desconfiava-se que a entrada se encontrava no oceano, talvez por isso se chamada posteriormente Oceano Potter, que ainda hoje se encontra para quem o queira ver e, quiçá, guardar pela chegada do Grifindor, se é que a fama da sua intemporalidade o pode permitir.

O que se sabe é que o dito oceano é do tempo das primeiras habitações de Lisboa, antiguidade que correu pelos séculos com a mesma persistência da lenda que o envolve.
Ivana Nunes Miguel
6.º A, n.º 9

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