Uma Viagem à
Tailândia
Um bancário muito rico vivia numa cidade alta e
maravilhosa, tendo por companhia vinte criados e a Petúnia (a sua gata).
Ao almoço pensou: “Para quê ter tanto dinheiro, tantos
criados à minha volta se me sinto cada vez mais só e aborrecido! Está decidido,
amanhã vou partir numa grande viagem!”
No dia seguinte fez as malas e partiu com o mordomo e
a Petúnia para a Tailândia, pois sempre tinha ouvido dizer que era o verdadeiro
paraíso.
O bancário era mal-educado e racista, e quando chegou
à Tailândia, sempre que via chineses ria-se às gargalhadas, da forma dos olhos
e da cor da pele daquelas pessoas.
No hotel quando estava a fazer o “Check In” e deu
conta que o senhor que o estava a atender não sabia falar português, o bancário
começou aos gritos dizendo que era inadmissível um hotel com quatro estrelas,
ter no atendimento alguém que não sabe falar português. Assim, virou costas e
decidiu alugar uma casa lá perto.
Passado algum tempo, foi jantar a um restaurante que
se chamava “Noory” e pediu sushi sem saber o que era. Quando o empregado lhe
trouxe a comida gritou furioso:
– Mas que comida horrível é esta? Acha que venho
gastar um balúrdio para a comida estar crua? Não chega estar rodeado de gente
esquisita? Vou-me já embora desta espelunca!
– E o senhor, acha que pode vir à Ásia gozar com a
nossa cultura, a nossa comida, com as nossas vestes, pele, olhos... Não podemos
continuar a admitir tanta desconsideração! Agora quem o põe fora daqui sou eu!
Racismo e preconceito é crime! Seu criminoso! – Disse o empregado.
Mal o empregado acabou de pronunciar as últimas
palavras, o bancário e o seu mordomo saíram muito envergonhados do local.
O bancário ficou a pensar no que tinha acontecido, em
como tinha maltratado tanta gente. E se alguém o tivesse tratado assim a ele?
Aliás naquele sítio o esquisito era ele! Fugira da solidão e arriscava-se a
continuar sozinho naquela magnífica ilha!
Quando chegou a casa, por curiosidade pesquisou na
internet o que era o peixe cru que lhe serviram, apercebendo-se que se tratava
de um prato típico na Ásia, sushi. Não tinha sido qualquer vingança do
empregado, pelo contrário, o prato era mesmo assim!
No dia seguinte, foi ao hotel falar com o empregado e
com o dono do hotel, pediu imensa desculpa pelo que tinha acontecido,
acrescentando que jamais lhe tinha ocorrido que poderia a estar a cometer um
crime.
Desde esse dia, decidiu aproveitar tudo o que a
Tailândia e os seus habitantes lhe ofereciam e apesar da diferença
de hábitos e costumes, nunca foi tão feliz!
Baseado
na Lenda da Serra da Estrela
Luísa Felizardo Relhas – 6ºA – Escola básica de Santa
Clara
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